Profiling Hackers: Como a ciência do perfil criminal ajuda a proteger crianças e adolescentes no mundo digital
Dra. Ewelyn Schots
4/8/20253 min read


Nos dias de hoje, é comum pensarmos na tecnologia como uma parte natural de nossas vidas, tão natural quanto respirar.
Crianças com menos de cinco anos costumam desbloquear smartphones, navegar por aplicativos e assistir vídeos online. O que parece inofensivo, na verdade, encobre um universo invisível e, muitas vezes, perigoso.
E aqui entra a ciência do profiling – ou perfil criminal – como uma ferramenta poderosa de proteção em ambiente digital.
Quem é o criminoso digital ?
Em oposição ao estereótipo do hacker genial e solitário, o criminoso virtual pode ser qualquer um que tenha conhecimento técnico, motivação e intenção maliciosa.
Eles são muitas vezes pessoas comuns na vida real, o que inclui empregos comuns (e o mais comum de todos), eles têm aparência normal.
Para eles, no ambiente digital, esse caminho normal culmina em assumirem uma persona que invade sistemas, manipula dados, e, mais alarmante, aproxima-se de crianças e adolescentes com a intenção de cometer crimes.
O profiling digital tem como alvo o entendimento desse indivíduo, isto é, o que ele pensa, como age, quais padrões o inspiram a agir ou a se comportar de determinada maneira.
Não se trata de um estereótipo, mas de uma construção científica, baseada nos comportamentos, nas formas de agir e nos perfis psicológicos dos indivíduos.
Com essa construção, as autoridades e os especialistas podem propor estratégias eficazes para a identificação e o manejo de ameaças, inclusive em relação a jovens, que frequentemente se destacam pela sua presença habitual ou recorrente em ambientes comuns.
O perigo mora (também) online
A ingenuidade própria da infância e da adolescência é um campo propício à atuação dos criminosos virtuais. Sem a devida supervisão, os jovens se tornam presas fáceis para as fraudes, aliciamentos e outras formas de abusos.
As redes sociais, os aplicativos de jogos e os fóruns da internet são alguns dos lugares onde os criminosos conseguem se inserir. Usam perfis falsos, linguagem sedutora e interesses comuns para conquistar a confiança das vítimas.
Em várias ocasiões, as aproximações ocorrem de forma sutil, processualmente, numa dinâmica contínua de manipulação psicológica — o grooming.
A prática nefasta do grooming consiste no aliciamento online de crianças, adolescentes e jovens por indivíduos mal-intencionados.
Através de manipulação psicológica e da criação de laços de confiança, o agressor busca fragilizar a vítima, isolá-la e prepará-la para encontros presenciais com fins de exploração sexual.
A identificação precoce de sinais e a educação sobre os riscos do ambiente virtual revestem-se de crucial importância para a proteção desse público vulnerável.
Responsabilidade compartilhada: onde entram os pais e a lei
No Brasil, a proteção integral dos menores no meio digital, conforme estabelecido pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e pelo Marco Civil da Internet, somente será efetiva na presença da atuação responsável dos pais ou responsáveis.
Monitorar não é invadir a privacidade, mas acompanhar de perto. Conversas abertas sobre os riscos da web, limites claros para uso, utilização de ferramentas de controle parental são atitudes preventivas indispensáveis. A omissão pode criar brechas irreversíveis.
Tecnologia a favor da proteção
Ferramentas de inteligência artificial e análise de dados já são utilizadas por órgãos de segurança pública para identificar comportamentos suspeitos.
A ciência do profiling, combinada com esses recursos tecnológicos, permite mapear ameaças antes que causem danos.
Empresas também têm papel importante.
Plataformas digitais precisam adotar políticas rígidas de segurança e colaborar com investigações quando necessário.
O combate à criminalidade digital é um esforço conjunto que envolve família, escola, governo e setor privado.
Conclusão
Compreender o perfil do criminoso virtual é o primeiro passo para desarmá-lo.
Ao aplicar a ciência do profiling no mundo digital, ampliamos nossa capacidade de proteção e prevenção.
A internet pode ser uma aliada no desenvolvimento das crianças, desde que haja conscientização, diálogo e vigilância responsável.
Afinal, proteger os mais jovens não é apenas uma questão de segurança digital — é um dever humano, jurídico e social.

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